quarta-feira, 22 de julho de 2015

Crescimento e Desenvolvimento

Introdução 

 O crescimento, do ponto de vista biológico, referese à alteração da forma, tamanho e funções celulares. Teoricamente, ele deve ser estudado desde o momento da fecundação do óvulo até a velhice, pois o crescimento celular ocorre durante toda a vida de um indivíduo. Entretanto, para a clínica pediátrica, a observação e a avaliação dos padrões de crescimento do momento do nascimento até a adolescência é o que realmente importa, uma vez que o crescimento somático do organismo é interrompido ao término desta última fase. Todo o processo do crescimento é proveniente de instruções do nosso código genético, desde a formação do ovo. Apesar do potencial genético ser fundamental, as influências do meio ambiente podem alterar de maneira positiva ou negativa o ritmo de crescimento de uma criança. É importante definirmos algumas terminologias empregadas em nosso dia a dia. Utilizamos a palavra crescimento para representar o desenvolvimento físico. É o processo de aumento da massa corporal; macroscopicamente, é expressão da hiperplasia e hipertrofia celulares. É quantitativo, logo tem que ser avaliado de forma quantitativa: o seu estudo inclui a avaliação de peso e altura da criança ao longo do tempo. O crescimento pode ser considerado um dos indicadores de saúde mais importantes da criança. O termo desenvolvimento traduz a capacidade de uma criança de realizar tarefas cada vez mais complexas. Citamos como exemplo, a destreza e o controle neuromuscular. Corresponde à aquisição de novas habilidades; sendo um processo qualitativo, não tem como ser medido de forma objetiva. Desta forma, algumas doenças específicas podem determinar um desenvolvimento normal e crescimento deficitário, como a acondroplasia, enquanto outras podem ser representadas por crescimento normal e desenvolvimento deficitário ou retardado, como a trissomia do 21. Fatores extrínsecos, como alimentação adequada, estímulos biopsicossociais e atividade física, assim como fatores intrínsecos (genética, sistema neuroendócrino), vão apresentar influências profundas e marcantes tanto no crescimento quanto no desen- volvimento de uma criança. Esses tópicos serão estudados com detalhes abaixo. 

 Importância do Estimulo 

 Os humanos interagindo com o meio onde vivem desenvolvem suas funções cognitivas, motoras e emocionais. Em relação ao bebê se este não receber os estímulos adequados, ocasionará o prejuízo em seu desenvolvimento pleno. LEVY, 2001, p. 12 diz que: (...) não basta amar e alimentar uma criança (...). É preciso compreender e saber que atividades motoras concorrem para o desenvolvimento do cérebro e são indispensáveis à organização do sistema nervoso. A ausência de estímulos acarreta a perda definitiva de funções inatas. Utilizando o termo Estimulação Essencial (EE) que é adotado para designar o atendimento destinado a crianças de zero a três anos de idade que apresentem ou não alguma deficiência e/ou aquelas consideradas situações de risco, que necessitam de atenção especial para favorecer o desenvolvimento, a aprendizagem e a socialização. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases, as crianças que estão com esta idade frequentam a creche, escrito no: A educação infantil será oferecida em: I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade; II - pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade. Na sua maioria as crianças vêm de classes desfavorecidas de informações quanto ao desenvolvimento infantil. Para estes alunos é na escola onde esclarece as significações de mundo, no qual a realidade familiar, às vezes não vem auxiliar no progresso do mesmo. Sendo esta a ferramenta necessária para a estimulação destes, quanto à linguagem, o brincar e os movimentos. Entendendo que a criança é um ser único e individual, os professores envolvidos neste tempo em que a criança tem na escola precisam trabalhar estas diferenças, organizar materiais interessantes à faixa etária, estímulos adequados, o berçário deve funcionar como um laboratório de aprendizagens, conhecimentos, curiosidades, onde o sujeito busca através da mediação com o adulto a descoberta das significações que irão ocorrer gradativamente em sua vida. As atividades com brincadeiras servem para desenvolver a imaginação, e a experimentação global do corpo e as brincadeiras que utilizam objetos estimulam ao toque onde a criança percebe e diferencia diversos tipos de texturas, tamanhos e formas, auxiliando ao desenvolvimento da motricidade fina. A linguagem desenvolve-se mesmo que ainda sejam alguns balbucios, já demonstra interação com o grupo. E as atividades recomendadas são cantigas, parlendas e histórias. Fazer rodas de conversas são essenciais para o entendimento quanto a escutar o outro e discutir. O educador deve ser o mediador neste diálogo. A nossa capacidade de conhecer o mundo vêm da associação da nossa aprendizagem sobre o meio, da maneira de como o cérebro age sobre o objeto (interação), o objeto no qual colocamos equivale a qualquer tipo de exploração. Através da teoria construtivista o indivíduo após entender as estimulações terá a capacidade de se adaptar a conhecimentos novos de forma criativa e crítica. Este período das crianças até os três anos é conhecida com a fase das experimentações que ocorrem através dos sentidos e movimentos. O movimento é importante porque incentiva o aprendizado quanto ao reconhecimento do próprio corpo, auxiliando futuramente quanto à direcionalidade, equilíbrio, coordenação motora, lateralização, percepção corporal e tônus. De acordo com Palma (2005, p. 11): Podemos considerar, então, que as crianças, através das funções psicomotoras, mediam com o seu corpo o mundo em que vivem de forma harmônica. Portanto, confirmamos a importância do desenvolvimento psicomotor no contexto escolar. Sabemos que ao nascer temos possibilidades de desenvolver-se, mas é certo que não depende apenas das maturações orgânicas, mas também das interações com o meio, onde o indivíduo tem a capacidade de organizar sua imagem corporal. A criança precisa explorar o ambiente em que vivencia, colocar pequenos obstáculos no caminho favorece aos desafios. Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, p. 19): Há práticas que privilegiam os cuidados físicos, partindo de concepções que compreendem a criança pequena como carente, frágil, dependente e passiva, e que levam à construção de procedimentos e rotinas rígidas, dependentes todo o tempo da ação direta do adulto. Isso resulta em períodos longos de espera entre um cuidado e outro, sem que a singularidade e individualidade de cada criança seja respeitada. Essas práticas tolhem a possibilidade de independência e as oportunidades das crianças de aprenderem sobre o cuidado de si, do outro e do ambiente. Em concepções mais abrangentes os cuidados são compreendidos como aqueles referentes à proteção, saúde e alimentação, incluindo as necessidades de afeto, interação, estimulação, segurança e brincadeiras que possibilitem a exploração e a descoberta. 

Qual a diferença entre crescimento e desenvolvimento? 

Enquanto o crescimento é o aumento do tamanho corporal em decorrência do aumento no número e no tamanho das células, o desenvolvimento é a aquisição de novas habilidades ou o aumento da capacidade do indivíduo na realização de funções cada vez mais complexas. O desenvolvimento é um conceito amplo que refere-se a uma transformação complexa, contínua, dinâmica e progressiva, que inclui, além do crescimento, a maturação, a aprendizagem e os aspectos psíquicos e sociais. 

Desenvolvimento Neuropsicológico

 Nascimento: Mama ,ouve, e se adapta, vê preto e branco, reconhece o padrão da face humana, cheira testa o gosto, suga, move-se espontaneamente, mantém a cabeça a direita, reflexos, chora de fome, procura o leite materno, diversos tipos de choro, dorme 16 horas por dia. 03 meses: Vê as cores, fixa o olhar por volta da sexta semana, reage a estímulos auditivos e visuais, reflexos pescoço-braços, comportamento observador, brinca com as mãos e os pés. 06 meses: Cinestesia de mãos, agarra, explora os alimentos, senta-se, imita, orientação espacial de dentro e fora, brinca com as mãos e os pés. 09 meses: Engatinha, ergue-se, ergue-se, agarra tudo que vê, mostra partes do corpo, responde com gestos, assusta-se com estranhos. 12 meses: Cinestesia de pernas, levanta-se começa a andar e correr, reflexos tônicos de flexão e extenção reciprocas das pernas, tem noção espacial de profundidade, imita sons humanos e de animais, fala algumas palavras e aponta coisas, reconhece imagens refletidas. 01 ano e meio: Anda e corre arremessa na posição em pé, controle dos intestinos, noção espacial de altura e profundidade, atravessa obstáculos, sentenças de uma palavra, alegria e vergonha, faz caretas, gosta de novas descobertas. 02 anos: Desafia, exibe melhores habilidades, quer ajuda, prefere animais como substituto ao melhor amigo reconhece frente e atrás, lados e empilha blocos, fala seu nome, faz perguntas, brinca de faz de conta, fantasia, o por que das coisas, ritual para adormecer, abraça bichos de pelúcia. 03 anos: Senso de propriedade, reflexo de Babinski ( É um reflexo que ocorre quando o dedo grande do pé se movimenta em direção à parte superior do pé e os outros dedos do pé abrem para fora após a planta do pé ter sido pousada com firmeza), controle urinário, distingue menino e menina, calça sapatos corretamente, sensível a elogios e culpas, reconhece garatujas(É experimentando traços aparentemente sem nexo, que as crianças pequenas desenham na tentativa de representar o que interpretam do mundo à sua volta), torna-se rítmica e melodiosa, jogos de construção, autoconsciência, distingue seres vivos e não vivos, desaparece o sono da tarde. 

Conclusão 

 Por isso a importância do mediador da criança saber elevar a autoestima, oportunizar experiências variadas que estimulem à aprendizagem, a motivação ao aprender novas situações, a criança tem o desejo de aprender, através de sua curiosidade em conhecer o mundo, por meio de seu corpo, experimentando, investigando, degustando, analisando e trabalhando de forma cooperativa, só assim acontecem as mediações. Não deveria ser desperdiçada a oportunidade de realizar um trabalho psicopedagógico com estes sujeitos participantes da educação infantil, no âmbito preventivo a tarefa do psicopedagogo está em preocupar-se em minimizar efeitos negativos, que possam impedir a aprendizagem.

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